O Prazer em Produzir é o blog do Darvas para você conhecer, ou se manter conectado para criar, manter e aumentar a sua energia, resultando em uma melhora significativa na sua produtividade e satisfação pessoal.


28 de dez. de 2007

Continuação Leis Universais

Outra bastante interessante é que qualquer coisa que queremos que aconteça aumenta sobremaneira quando colocamos uma ação.

Óbvio que muitas vezes a primeira ação é imaginarmos e ou pensarmos a respeito, mas acrescido disso vale a pena conferir, colocar uma ou várias outras ações para que aquilo aconteça.

Outra máxima em produtividade é que podemos sim deixar coisas a fazer para amanhã, depois, próxima semana e ou um dia talvez.

Essa terceira lei tem tudo a ver com a primeira e a segunda conjugadas pois se quanto mais fizermos mais aparecem coisas a fazer e se por incompatibilidade física não conseguimos colocar uma ou mais ações em todas as coisas ao mesmo tempo, essas pendências podem e devem ser "tocadas" pelos dias ou períodos subsequentes.

Aceitar essas limitações e conviver com esse desconforto entre querer e fazer é uma sabedoria a ser praticada constantemente.

A ansiedade tão presente nos dias de hoje tem tudo a ver com isso. Outra lei universal é que podemos crescer aprender e avançar com tudo que nos propomos a experimentar, principalmente com aquilo que nos causa um certo desafio e desconforto pois quanto mais superamos isso mais avançamos em diferentes aspectos.

Outra consideração que encaro também como uma lei, é que nada é pessoal a você, o que lhe acontece é fruto somente daquilo que você mesmo criou.

Em outras palavras levar as coisas para o lado pessoal, ou culpar aos outros pelo que nos acontece, é ilegal em termos universais.

Acredito que essa também você concorde, é que o que o cansa ou tira sua energia não é aquilo que você faz, mas aquilo que você não faz.

Anote tudo o que você precisa fazer e faça quando puder, isso diminui o seu sentimento de culpa.

Para finalizar quero esclarecer o que penso sobre essa máxima de que o universo só trabalha a favor.

Acredito que isso é mal interpretado, só vale para vender livro e engana as pessoas proporcionando uma boa “desculpa”.

O sol se põe hoje e nasce amanhã, independente de você fazer qualquer coisa a respeito, o mesmo vale para se você fizer uma ou várias coisas.

O que realmente acredito é que o universo é neutro e segue o seu curso natural, ele não favorece ou desfavorece o que, convenhamos, é uma grande virtude; ele simplesmente não interfere e deixa as coisas fluírem livremente.

O que ele pode lhe proporcionar são condições ilimitadas para o desenvolvimento - nisso sim eu acredito.

Alinhar-se com o universo e se colocar neutramente nas situações, amplia o seu grau de presença e o apóia a agir em vez de reagir com tudo que vem ao seu encontro.

Essa é a palavra chave em leis universais, faça tudo que você precisa fazer a respeito, e deixe fluir que o resultado virá exatamente como ele deve vir, nem mais nem menos.

Portanto não se prenda ao resultado, mas sim ao envolvimento com aquilo que você está fazendo, seja através de ações, pensamentos e energia de toda ordem.

Resultados cada vez maiores e surpreendentes aparecerão naturalmente se o envolvimento for intenso e constante.

Experimente observar e estar atento às leis universais, pois elas sim estão aí para não deixá-lo desperdiçar energia com assuntos totalmente desnecessários e improdutivos.

Marco A Darvas

22 de dez. de 2007

Continuação feedback

Após um começo (algumas vezes difícil), nos garante continuarmos a nossa performance nos levando até a conclusão ou para sustentarmos/ repetirmos essa mesma performance.

Para a tão necessária correção de rota, pois as vezes saímos para um lado, mas após os primeiros sinais corrigimos a nossa rota totalmente, e para isso o (s) feedback (s) é (são ) de suma importância, não só para a correção mas para a manutenção de rota.

Partindo da premissa # 1 acima, devemos observar constantemente quais são os nossos feedbacks internos. É verdade meu caro .... acredito que você concorda comigo quanto a estarmos o tempo inteiro nos avaliando, julgando e principalmente nos comparando.

Esse nosso díálogo interno contínuo e ininterrupto tem muito a ver com a nossa produtividade pessoal, pois ele comumente nos paralisa e não nos permite agir principalmente pelo medo da rejeição ao erro, da perda do controle ou mesmo por dúvidas do que “fazer, falar, perguntar ou mesmo experimentar.

Comumente achamos ser isso “perda de tempo” nesse nosso universo de tanta “falta de tempo”.

Eu mesmo enquanto escrevo estas linhas estou o tempo inteiro me questionando com diálogos internos, o tal do “será que...? vão gostar desse tema? será que vão ter saco de chegar até o fim? será que está muito formal? será que é de interesse?...enfim os eternos e ininterruptos questionamentos de ordem negativa.

O mesmo vale para os tenho que.

Você já se percebeu que todos nós temos que..... nos alimentar de x em x horas, temos que fazermos atividade física X, Y, Z dependendo da idade (na minha inventaram agora que TENHO QUE fazer musculação x vezes por semana). Atualmente qualquer coisa que nos propomos a fazer já incorporamos os será que, e os tenho que. E aí ficamos nesse inferno do será que eu tenho mesmo quê?

Assim como ensino e pratico, acho isso um tremendo desperdício de energia e, dependendo de como anda o seu diálogo interno ou o seu fodeback contínuo e ininterrupto, está aí uma das causas, ou a principal resposta para a pergunta “Porque será que você anda tão cansado?”

Venha aprender que cada tempo em seu lugar, e se você conseguir calar o seu diálogo interno( princípio do coach), principalmente enquanto você estiver performando, a sua realidade começa a mudar, e.... naturalmente você se torna uma pesssoa mais produtiva, feliz e realizada.

Conheça meus cursos e entre em contato.

21 de dez. de 2007

Continuação Conciliar vida pessoal e profissional

O que não pode de outro lado é apostar todas as suas fichas na esfera profissional e não olhar para o seu mundo interno - o que você realmente quer para você nesse momento - se descuidar totalmente desse lado e às vezes se lembrar e se sentir extremamente culpado com isso. Se você é um profissional liberal, então a coisa aqui pode pegar muito mais.

Você adora a medicina e altos plantões e um grande número de cirurgias foi aquilo pelo que você batalhou a vida inteira.

Estudar um caso desafiador se você é advogado ou um projeto super legal se você é arquiteto, uma matéria ou evento se você é um jornalista....

Enfim, exemplos aqui não faltam, podem lhe dar tanto prazer e satisfação quanto "estar com a família". “Nada em excesso” e “conhece a ti mesmo” cabem muito bem aqui.

Observe quais os excessos na sua vida, sejam eles de qualquer ordem: trabalho, esporte, estudo, lazer, bebida, cigarro, remédio, vitaminas, futebol, ou qualquer outro.

Todos eles, sem exceção, se estão sendo feitos em excesso são prejudiciais de alguma maneira, pois com certeza estarão desequilibrando não só um, mas vários outros pontos da sua vida.

De um outro ponto de vista, como a vida é cíclica, há períodos nos quais estamos sobrecarregados, seja por uma mudança de emprego ou país, um mestrado ou doutorado pela frente, uma maratona (meu caso atual), escrever um livro ou qualquer outro evento que o obrigue a concentrar forças para alguma conquista e que lhe propicia o tão estimulante eustresse*.

Portanto não se sinta culpado se anda se ocupando demais com coisas fora do âmbito familiar, se essa é a sua escolha.

O que você precisa mesmo é ser produtivo no que faz e usar bem o seu tempo livre com a família pois só assim você terá prazer em viver, prazer em trabalhar, prazer em praticar esporte e nào se sentir culpado por todas as coisas as quais você não faz na mesma intensidade. Não importa o que você esteja fazendo nesse exato momento: procure encontrar um propósito e verificar se esse é o seu comprometimento para esse momento.

Mas, novamente, não se deixe escorregar nas válvulas de escape e esquecer as outras áreas.
Se você tem dificuldade em cuidar de crianças procure aplicar "truques" quando estiver com elas.

Lembrem-se: as crianças são excelentes criadoras de truques, aprenda com elas, e seja criativo para dar um nó em todas as coisas a começar pela sua cabeça; e quando você estiver no trabalho faça dele o seu grande barato, quando estiver com a familia desfrute tudo que você tem direito, e só assim você estará conciliando todas as suas vidas.

Em vez de você deixar que as coisas te envolvam, envolva-se com elas, acredite: você terá muito mais energia tanto no trabalho quanto em casa, por isso o tema produtividade é tão importante nos dias de hoje; afinal os desperdícios, sejam em casa ou no trabalho, eu diria que ultrapassam, e muito, os 80% para certas pessoas e aí meu amigo(a) não há vida que dê conta.

Lembre-se: simplicidade, praticidade e funcionalidade.

Tanto em casa com os amigos e família, quanto em uma mera reunião de negócios ou social, sua vida pode ser um drama ou um deleite... depende de como você a trata. Se você deseja conhecer conceitos e algumas sugestões técnicas, entre em contato e conheça a proposta de ter sua cabeça livre de pendências e de "tenho ques" - tenho que trabalhar menos, tenho que estar mais com a família, tenho que aprender inglês, tenho que ir para a academia, chega! fui!!!!

* assim como o colesterol, que tem o bom e o ruim , o eustresse é o lado positivo do estresse, extremamente necessário para quem quer alcançar grandes conquistas. Vide artigo sobre o tema

14 de dez. de 2007

Continuação Hábitos

“Nada em excesso e conhe-ce a ti mesmo” essa inscrição no portal do Oráculos de Delfos na Grécia antiga deve ser observada quando nos vemos compulsivamente fazendo algo que acaba de alguma maneira “ ficando maior que a gente”.

Acima menciono grandes mudanças, que ficam mais fáceis de serem enfrentadas quando começamos com pequenas mudanças, pois o que faz a grande diferença, são aqueles pequenos inúmeros hábitos que acabam nos comendo pelas beiradas e por teimosia preguiça e “vicio” continuamos fazendo sempre do mesmo jeito.

Destaco em meus cursos, e isso não é um mero jogo de palavras, que o melhor hábito que um ser humano pode adquirir, é o hábito de saber quando se deve mudar de hábito, ou melhor, colocar outro no lugar. Só mudamos de hábito quando o substituimos por um outro.

Mudanças comportamentais não são simples. Deparamos com recomendações das mais diversas especialidades seja ela nutricional, de saúde, métodos, técnicas, fórmulas infáliveis e rápidamente passamos para o o famoso “tenho que”, me alimentar adequadamente meditar duas vezes por dia dormir não sei quantas horas fazer atividade física regular, etc e tal.

Entendemos, aceitamos, concordamos, mas mesmo assim não é fácil mudarmos comportamentos, hábitos ou vícios que nos dificultam sermos produtivos, realizados e felizes com o nosso dia a dia, e principalmente cumprimos com aquilo que de alguma maneira nos comprometemos.

É duro mudarmos, ou mantermos nossos compromissos porquê? Por várias razões, no nível físico, o corpo e as células estão acostumadas com essa rotina comportamental, estamos viciados nisso, não sabemos ou nos sentimos extremamente desconfortáveis em fazermos diferente.

No nível mental fazemos determinadas coisas no piloto automático liderado pelo subconsciente. Quando, “resolvemos” trazer para o consciente, apesar de termos dado o primeiro e essencial passo passamos a nos frustrar com a nossa incapacidade de mudarmos.

O que muitas vezes dificulta é o “pensar” em fazer algo lembre-se quanto mais pensamos em algo menos conseguimos fazê-lo. O que ocorrre é que o questionamento e a energia dispendida fica muito maior, e muitas, muitas e muitas vezes.... desisistimos.

Para mudar um comportamento ou adquirir um hábito a criação de truques e ou um ritual aumenta sobremaneira as suas chances. Um truque e algo que nós criamos que nos apóia e de alguma forma acaba fazendo por nós, já um ritual é a criação de situações que nos estimulam a aquele empurrão final ou definitivo que acaba sendo um fator determinante para que consigamos atingir algo que queremos ou, principalmente, temos dificuldade em fazer.

Frase cunhada pelo David Allen e que eu endosso em todos esses anos trabalhando com pressoas:

“As pessoas mais eficientes e produtivas que eu conheço são aquelas que praticam os melhores truques”.
Repare como o seu chefe, ou alguém que você renconhece como eficiente não é cheio de manias, truques e rituais que deixam os outros “sem saída”.

Quando um truque é bom? Quando e enquanto ele funciona, pois adiantar o relógio para não se atrasar funciona até a sua cabeça começar a boicotar esse truque.

Venha aprender a criar truques que funcionam, e quando deixam de funcionar, automáticamente você cria um outro para colocar no lugar.

Estamos o tempo todo sendo desafiados a estarmos no aqui e agora fazendo uma coisa de cada vez. Conheça o trabalho do Darvas e enfrente esse desafio mais bem equipado.

Marco A Darvas é coach e palestrante na área de Produtividade pessoal.
Continuação estresse...

Críticas e palpites destrutivos ou que lhe confundem, chefes e família abusivos entre outras coisas são exemplos desses estimulos que podemos de alguma maneira evitar ou a partir do momento que identificar, ignorar, principalmente aqueles que temos que conviver com eles cotidianamente.

Em contrapartida, outros tipos de estímulos podem nos desafiar, fazer com que busquemos desenvolver algum tipo de habilidade para melhor enfrentá-los.

Esses tipos de estímulos nos fazem superar desconfortos, e consequentemente evoluirmos. A constante busca por novos desafios e consequente conquistas cria um circulo virtuoso que produz o que se denomina, eustresse, que nada mais é que o estresse bom.

O ideograma crise, em chinês, quer dizer oportunidade e nessa altura do artigo cabe citá-lo, pois muitas vezes o que encaramos como crise pode ser uma tremenda oportunidade para nos superarmos e conseguir com isso mais autoconfiança, aumento da auto estima, e forças para enfrentarmos demandas também em outras áreas da nossa vida.

Além dos estimulos prejudiciais e dos nossos desafios temos ainda outra sutil armadilha a driblar, que é aquele nosso lado que adora se sentir ocupado, com várias, inúmeras coisas para fazer,e quando não temos nada pendente, simplesmente inventamos algo para nos mantermos ocupados.

Isso geralmente ocorre porque temos culpa ou vergonha, nesse mundo de tanto estresse e falta de tempo, de simplesmente "não termos nada para fazer" ou ainda enfrentar-mos algo que pode ser denominado como "vazio", uma sensação esquisita de estar consigo mesmo sem nada ocupando um espaço.

Simplesmente ser ,é algo que nos dias de hoje, poucas pessoas conseguem atingir e conviver, pois em pequenos momentos quando se consegue rápidamente a nossa mente coloca algo no lugar para nos ocupar-mos.

Estar presente no agora e ainda ser altamente produtivo enfrentando e ultrapassando vários desafios ou "crises" é uma dádiva que poucos conseguem identificar e espero que você após ler esse artigo comece a encarar os seus "problemas" de uma outra maneira e olhar para eles com as seguintes indagações:Estou criando algo que vai me acrescentar ou me tirar energia?Como posso me ver livre disso?

Ignorar e não deixar que isso me afete, enfrentar esclarecer e completar, ou ainda devolver para o outro sempre que for possivel.Como posso criar condições que me apoiem a enfrentar e superar esse desafio?

Enfim identificar logo de cara se você quer sim se comprometer com algo e como isso vai lhe desafiar ou se isso é simplesmente algo que está ai somente para lhe tirar energia. Estar presente com os desafios saudáveis e estimulantes pode ser uma tarefa extremamente prazeiroza e enriquecedora depende de como você encara.

Se você conhece o meu trabalho complete, arquive, jogue fora ou se pergunte, qual a próxima ação?

Marco A Darvas coach de Produtividade pessoal.

4 de dez. de 2007

Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos.
As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência.
Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperar-la no seguinte.
Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.

Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:

- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma. - Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 150 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas. - Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não ter suas casas saqueadas.
- Que não sentiram preocupação por ninguém, algo está errado em seu coração.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.

Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:

- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos. - Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas.
- Aos Médicos Voluntários.
- Às enfermeiras Voluntárias.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exercito que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.

Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:
COMEÇAR DE NOVO

Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio Graças a Deus
Vamos começar de novo.

Anônimo

É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente.

Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.

Pelo menos é a minha hora, acredito.

Que Deus abençoe a todos. Luis Fernando Gigena

José Manuel de Sacadura RochaProfessorhttp://unigalera.vilabol.com.br

13 de set. de 2007

Continuação de Olho no pódio

Não é à toa que muitos esportistas ou treinadores bem-sucedidos são chamados para dar palestras em empresas.
Afinal, eles são os maiores especialistas em competição, não é? Do mesmo modo, os atletas que triunfam são escolhidos para ser garotos-propaganda de muitas empresas, das quais poucas produzem artigos ligados ao ramo esportivo.

"Use nosso produto e você será um vencedor!" é a mensagem.

Hoje, exigem-se um preparo técnico acurado e um treinamento contínuo, tanto na vida profissional quanto na pessoal.

E não se trata apenas de conhecer e estudar seu ramo de atividade ou de se cuidar, e sim de se empenhar em estratégias que permitam, ou pelo menos prometam, sair na frente e chegar em primeiro lugar ou, pelo menos, entre os primeiros.

Competimos contra tudo e todos.

Contra o tempo -e ainda acreditamos ser possível ganhar dele.

Contra nossa constituição física, contra nossos pares, contra nossa vida coletiva, contra qualquer outro que se coloque à nossa frente em qualquer situação.

Iniciamos nossos filhos precocemente nessa competição acirrada e acreditamos que tal iniciativa é absolutamente necessária para a sua sobrevivência no futuro.

Não valorizamos mais a aprendizagem do jogo que é a vida desde a largada, e sim seu resultado, que só pode ser um: ganhar.

As escolas se apropriaram desse anseio dos pais e incrementam ainda mais a concorrência entre seus alunos.

Os anunciados rankings de escolas baseados nos mais diferentes exames, os primeiros lugares conquistados nos vestibulares e as avaliações dos alunos, sempre comparativas, são exemplos dessa apropriação da competição pelo espaço escolar.

O sucesso, hoje, é definido principalmente pela competição, o que faz com que o processo de identificação com o outro ocorra de modo negativo.

Ser melhor do que o outro, ganhar do outro ou então se resignar a ser inferior a ele.

Desse modo, fica mais fácil entender o motivo de o outro ser quase sempre percebido como ameaça.

É preciso saber que essa olimpíada permanente tem seu preço.

Sabemos o custo que os atletas pagam na busca da superação: contusões sérias, cirurgias precoces, interrupção da vida profissional muito cedo.

Isso sem falar das conseqüências emocionais e sociais quando eles enfrentam a derrota ou saem do pódio. Arcamos com conseqüências análogas em nossas vidas quando transformadas nessa competição sem trégua: tédio, depressão, estresse, agressividade descontrolada, pânico etc.

ROSELY SAYÃO é psicóloga e esse artigo foi publicado na FSP